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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A Mais Bela Flor

O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate.
(Provérbios 15:13)


O bosque estava quase deserto quando o homem sentou-se para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.

Estava desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando afundá-lo.

E como se já não tivesse razões suficientes para arruinar o seu dia, um garoto chegou, ofegante, cansado de brincar. 
Parou na sua frente, de cabeça baixa e disse, cheio de alegria: 

- Veja o que encontrei!

O homem olhou desanimado e percebeu que na sua mão havia uma flor. 

Que visão lamentável! Pensou consigo mesmo.

A flor tinha as pétalas caídas, folhas murchas, e certamente nenhum perfume.


Querendo ver-se livre do garoto e de sua flor, o homem desiludido fingiu pálido sorriso e se virou para o outro lado. 

Mas ao invés de recuar, o garoto sentou-se ao seu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa: 

- O cheiro é ótimo, e é bonita também... - Por isso a peguei. Tome! É sua! 

A flor estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas ele sabia que tinha que pegá-la, ou o menino jamais sairia dali. 

Então estendeu a mão para pegá-la e disse, um tanto contrafeito:

- Era o que eu precisava. 

E naquela hora o homem notou, pela primeira vez, que o garoto era cego e que não podia ver o que tinha nas mãos.

A voz lhe sumiu na garganta por alguns instantes... 
Lágrimas quentes rolaram do seu rosto enquanto ele agradecia, emocionado, por receber a melhor flor daquele jardim. 

O garoto saiu saltitando, feliz, cheirando outra flor que tinha na mão, e sumiu no amplo jardim, em meio ao arvoredo.


Certamente iria consolar outros corações, que embora tenham a visão física, estão cegos para os verdadeiros valores da vida.

Agora o homem já não se sentia mais desanimado e os pensamentos lhe passavam na mente com serenidade. 

Perguntava-se a si mesmo como é que aquele garoto cego poderia ter percebido sua tristeza a ponto de aproximar-se com uma flor para lhe oferecer.

Concluiu que talvez a sua auto-piedade o tivesse impedido de ver a natureza que cantava ao seu redor, dando notícias de esperança e paz, alegria e perfume...

E como as Leis da Vida são misericordiosas, permitiram que um garoto privado da visão física o despertasse daquele estado depressivo.

E o homem, finalmente, conseguira ver, através dos olhos de uma criança cega, que o problema não era o mundo, mas ele mesmo. 

E ainda mergulhado em profundas reflexões, levou aquela feia flor ao nariz e sentiu a fragrância de uma rosa...




(Desconheço a autoria)
(Fotos retiradas da internet)

Todos os dias do oprimido são maus, mas o coração alegre é um banquete contínuo.
(Provérbios 15:15)


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